Post on 12-Feb-2017
Diretoria
Presidente:Domingos MartinsVice-presidente:Claudio de Oliveira Secretário: Olavio Lepper Tesoureiro:João Roberto Welter Suplentes:Luiz Adalberto Stabile Benicio, Ciliomar Tortola,Vallter Pitol e Roberto KaeferConselheiros fiscais Efetivos:Paulo Cesar Massaro Thibes Cordeiro,Dilvo Grolli e Edno GuimarãesSuplentes:Rogerio Wagner Martini Gonçalves, Celio Batista Martins Filho e Marcos Aparecido BatistaDelegados representantes efetivos:Domingos Martins e Luiz Adalberto Stabile BenicioSuplentes:Ciliomar Tortola e Paulo Cesar Massaro Thibes Cordeiro
Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná
Av. Cândido de Abreu, 140 - Salas 303/304 Curitiba/PR - CEP: 80.530-901Tel.: 41 3224-8737 | sindiavipar.com.br sindiavipar@sindiavipar.com.br
Ed. nº 47 - Jul/Ago 2015
As matérias desta publicação podem ser reproduzidas, desde que citadas as fontes.
Diz a sabedoria popular que das dificuldades nascem as oportunida-des. E no caso da avicultura brasileira, esse ensinamento tem sido compro-vado todos os dias. Em um momento de fragilidade da economia brasileira, o primeiro semestre da indústria avícola nacional não apenas cresceu como bateu recordes.
E mais do que o aumento de volume de exportação ou de produção, a avicultura também está gerando mais empregos. Conforme você confere a partir da página 24 desta edição da revista Avicultura do Paraná, a melhora tem sido distribuída ao longo de toda a cadeia produtiva.
Esses resultados têm sido atingidos graças ao excelente trabalho de conquistas de novos mercados, tão bem desempenhado pela ABPA e pela manutenção do status sanitário do produto brasileiro, que produz uma carne de frango com qualidade imbatível no mundo. Não à toa, o Brasil continua for-necendo um produto livre de quaisquer enfermidades enquanto os Estados Unidos sofrem com o recente surto de gripe aviária.
Para que a atividade possa continuar se expandindo, é importante que não percamos de vista o rigor com os processos de sanidade e de que não seja-mos ainda mais penalizados com os reajus-tes tarifários incessantes. Somente assim a avicultura continuará a desempenhar o seu papel: o de melhorar a vida de milhares de brasileiros e paranaenses.
Uma boa leitura e um abraço.Se você tem alguma sugestão, crítica, dúvida ou deseja anunciar na revista Avicultura do Paraná, escreva para nós:revista@sindiavipar.com.br.
Força evidente
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Domingos MartinsPresidente do Sindiavipar
Editorial
Expediente
Produção:
Centro de Comunicação
centrodecomunicacao.com.br
Jornalista responsável:
Guilherme Vieira (MTB-PR: 1794)
Colaboração:
Allan Oliveira, Bruna Robassa,
Camila Castro, Camila Tsubauchi,
Gabriela Titon, Giórgia Gschwendtner,
Isabelle Kolb, Isadora Nicastro
e Lucas Sales.
Design e diagramação:
Cleber Brito
Comunicação e Marketing:
Mônica Fukuoka
Impressão:
Maxi Gráfica
selo SFC
Foto
: Si
nd
iavi
par
Agenda..................................................06
Observatório........................................06
Sindiavipar..........................................08
Radar.................................................10
Entrevista............................12
Fiep......................................................14
Grupo Vibra..........................................16
Sustentabilidade................................18
Insumos.................................................20
Bem-estar..........................................22
Capa.....................................24
Artigo técnico......................28
Energia..................................................32
Sanidade..............................34
Associados............................................36
Mercado externo.................................38
ABPA....................................................40
Mito ou verdade..................................42
Debates................................................46
Notas e registros..................................48
Estatísticas...........................................50
34
ÁGIDE MENEGUETTEO Paraná trabalha para ser reconhe-cido como área livre de febre aftosa sem vacinação até maio de 2017. Para o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná, a certificação é importante para que o estado consiga alcançar novos mer-cados e preços melhores.
12 Entrevista
28 Artigo técnico
Seções
Sanidade
SEM CRISEAinda que penalizada com diver-sos reajustes em seus insumos de produção, a indústria avícola teve um primeiro semestre histórico em 2015. Especificamente no Paraná, o estado já responde por 35% das exportações.
24 Capa
OPORTUNIDADECom um produto avícola alta-mente competitivo, o Brasil pode avançar ainda mais e até mesmo conquistar parte do mercado norte-americano devido aos recente surtos de gripe aviária.
MELHORANDO A PERFORMANCEPara que o produtor de frango de corte consiga expressar o potencial fornecido pela genética e aprovei-tar ao máximo todos os nutrientes presentes no alimento, é importan-tíssimo que se tenha em mente que uma gama de controles é necessária.
6 | sindiavipar.com.br
Data: 15 a 19 de fevereiro de 2016Local: BR 277 KM 577 – Cascavel (PR)Realização: Coopavel Informações: (45) 3225-6885Site: showrural.com.br
Show Rural Coopavel 2016
Data: 22 e 23 de setembroLocal: Hotel Deville Express – Cascavel (PR)Realização: Facta Informações: (19) 3243-6555Site: facta.org.br/cursoambiencia
Curso Facta Ambiência e Bem-Estar
Data: 2 a 4 de agosto de 2016Local: Curitiba (PR)Realização: Koelnmesse Site: anutecbrazil.com.brInformações: (41) 3068-0102
Anutec Brazil 2016
Data: 11 a 14 de novembroLocal: Hannover - Alemanha Realização: AHK - Deustsch - Câmara de Comércio e Indústria Brasil-AlemanhaInformações: (49 69) 2478 - 8265Site: eurotier.de
Eurotier 2015
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revista@sindiavipar.com.br ou ligue (41) 3224-8737.
Agenda
O mercado da
carne de frango tem regis-
trado crescimento acentuado no merca-
do interno. Um dos motivos é a elevação do preço da carne
bovina no primeiro semestre. Com o aumento, o consumi-
dor recorre às carnes suína e de frango como alternativa.
Consumo defrango cresce
A Associação Brasileira de Proteína Ani-
mal (ABPA) viajou para o Taiwan com o objetivo
de negociar a abertura dos portos do país para a
carne de frango brasileira. Além de reuniões com
o governo taiwanês, o vice-presidente da ABPA
também se reuniu com empresários do ramo
para apresentar a capacidade brasileira para
atender esse mercado.
Essa foi a segunda reunião da associação
no país em menos de um ano. A iniciativa faz par-
te de um plano do Governo Federal de expansão
do comércio internacional. Dentro desse plano,
já foram fechados acordos de exportação da car-
ne de frango com o Paquistão e a Malásia.
Brasil tenta abrir mercado de Taiwan
Observatório
O Porto de Paranaguá bateu o recorde diário de produtividade. Um dos três berços do Corredor de
Exportação do terminal, o berço 214, alcançou embarque de 50,5 mil toneladas de soja. Os shiploaders atin-
giram produção efetiva de 1,206 mil toneladas por hora. O recorde anterior era de 44 mil toneladas. O na-
vio Krousson, que possui
capacidade total de 63,5
mil toneladas, recebeu o
carregamento recorde.
O complexo do
Corredor de Exportação
produziu 99 mil tonela-
das no período, somados
os três berços que esco-
am soja, farelo, milho e
trigo. Segundo estimati-
vas da Administração dos
Portos de Paranaguá e
Antonina (Appa), os ber-
ços devem alcançar 6,8
milhões de toneladas de
grãos de junho a agosto
de 2015.
Porto de Paranaguá bate recorde
As cooperativas Cocari, de Mandaguari, e a Aurora, Chapecó (SC), anunciaram acordo
de intercooperação. A Cocari passa a integrar o quadro social da Aurora que conta, a partir de
agora, com 13 cooperativas filiadas. Por sua vez, a Aurora assume a unidade de aves e a fábrica
de rações da Cocari, ambas localizadas em Mandaguari. A unidade industrial de frango de corte
abate 140 mil cabeças/dia, mas tem capacidade instalada de 180 mil/dia, que será atingida ainda
neste ano pela nova operadora. A unidade de nutrição animal, por outro lado, processa 60 tone-
ladas/hora de rações. (Leia mais na página 24).
Aurora e Cocari juntam forças
8 | sindiavipar.com.br8 | sindiavipar.com.br8 | sindiavipar.com.br
Mais informações: sindiavipar.com.br | (41) 3224-8737
Com o objetivo de implementar a NR 36 em seu abatedouro, o Grupo Pioneiro fechou um acordo com o
Serviço Social da Indústria (Sesi) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para
aplicação de recursos e ações que irão adequar o frigorífico nos termos da norma regulamentadora. “Uma equipe
do Sesi está na empresa exclusivamente para nos ajudar com o check list e atividades que serão realizadas para
aplicação correta da NR 36 na Frangos Pioneiro. Ao final do projeto, ainda será publicado um manual que servirá
de base para outros frigoríficos que tiverem dúvida na implementação da norma regulamentadora”, conta Renato
Módolo Júnior, gerente de Recursos Humanos do Grupo Pioneiro.
Desde o início de junho, o projeto está sendo desenvolvido por Roberto Micó da Costa, engenheiro
eletrônico do Sesi, em conjunto com os setores de produção, manutenção e segurança do trabalho da Frangos
Pioneiro. “O Sesi tem um know how muito grande e o trabalho em conjunto vem somar a todos os trabalhos
que já desenvolvemos dentro da empresa”, comenta Carlos Júnior Silveira, gestor de Segurança do Trabalho
do Grupo Pioneiro.
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Defesa agropecuária e seguro rural são os dois assuntos destacados como prioridade entre as
ações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). No dia 23 de junho, a Ministra Kátia
Abreu esteve em Curitiba, na sede do Sistema Ocepar, para apresentar o Plano Agrícola e Pecuário (PAP)
da safra 2015/16. De acordo com a ministra, esses são alguns dos pontos mais importantes desde seu
ingresso no Ministério da Agricultura
e, por isso, se compromete, junto aos
produtores, a colocar o Brasil entre os
cinco países do mundo considerados
como referência nos assuntos. O dire-
tor executivo do Sindicato das Indús-
trias de Produtos Avícolas do Estado
do Paraná (Sindiavipar), Icaro Fiechter,
compareceu ao evento junto de outros
participantes como autoridades polí-
ticas, parlamentares, líderes coorpora-
tivos e do agronegócio e representan-
tes de diversas entidades.
Sindiavipar participa de reunião com ministra Kátia Abreu
Com o objetivo de atuar pela defesa dos interesses da indústria, o
Sindiavipar enviou um ofício para o Senado Federal expondo o seu posicio-
namento a respeito do Projeto de Lei n° 863/2015, que tratou da preservação
da atual alíquota de 1% de desoneração de custos para o setor alimentício.
O Sindicato esteve presente também em reunião que selou a de-
cisão a respeito da Lei da Integração, atualmente em tramitação na Câma-
ra dos Deputados. Ao final de um amplo debate, ficou consentida a cons-
trução de um valor de referência para a remuneração do integrado, que
será definido pela Comissão de Acompanhamento, Desenvolvimento e
Conciliação da Integração (Cadec) em cada unidade industrial integrada.
Da mesma forma, fica de competência do Fórum Nacional de Integração
da Agroindústria (Foniagro), a ser criado por lei, a constituição de grupo
de trabalho que estabelecerá a metodologia para o cálculo do valor de
referência para a remuneração do integrado.
Ofícios para Brasília
10 | sindiavipar.com.br
Radar
Nosso governoapoia os
investimentos e garante condições
para que as cooperativas
paranaenses cresçam e criem empregos e
gerem renda
Beto Richa, governador do Paraná em referência ao Dia Internacional
do Cooperativismo
Como o maiorprodutor do aquecimentoterrestre é o combustível fóssil, a saída são os renováveis. A decisão neste sentido está correta. O que é preciso é acelerar os investimentos
Antônio Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda
Se o Brasil quisercontinuar na
liderança mundial nesse setor, tem de pensar não só
em genética mastambém no uso
racional da águaJosé Renato Bouças Faria,
chefe-geral da Embrapa Soja
O frango é mais competitivo
e tem apelo saudável. Acreditamos que ele tem
uma oportunidadede inovação grande
Gilberto Tomazoni,presidente da JBS Foods
Já é possível identificar novas tendências, como o crescimentoda pecuária, setor que agrega mais valor aos grãos. Ele é mais
estável e compensa as possíveis quedas verificadas naprodução de grãos por causa do clima
Carlos Hugo Godinho, chefe da divisão de Estatística do Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado do Paraná (Seab-PR)
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Entrevista
Benefícios indiretosParaná trabalha para obter reconhecimento de zona livre de febre aftosa sem vacinação até 2017
O efeito do reconhecimento do Paraná como área
livre sem vacinação é multiplicador com beneficios
econômicos e sociais na suinocultura,
avicultura, bovinocultura de leite
e de corte
Com a meta de que o Brasil
seja reconhecido área livre de fe-
bre aftosa sem vacinação até 2025,
conforme definida pelo Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abaste-
cimento (Mapa), o Paraná trabalha
para avançar no combate à doença,
com expectativa de que o reconhe-
cimento seja concedido pela Orga-
nização Mundial de Saúde Animal
(OIE) até maio de 2017. Para o pre-
sidente da Federação da Agricultura
do Estado do Paraná (Faep), Ágide
Meneguette, a certificação é im-
portante para que o estado consiga
alcançar novos mercados e preços
melhores, beneficiando toda a agro-
pecuária paranaense.
Avicultura do Paraná: Como se dá o processo de obtenção do reconhecimento internacio-nal de área livre de febre afto-sa sem vacinação pela OIE?
Ágide Meneguette: Para
chegar ao estágio de livre de febre
aftosa sem vacinação é necessário
cumprir uma agenda para o triênio
2015/2016/2017 com medidas na
estrutura física e de recursos huma-
nos na área de sanidade animal e
vegetal. São protocolos e normas in-
ternacionais auditadas pelo Mapa e
pela OIE. O processo se inicia com um
pedido oficial da Agência de Defesa
Agropecuária do Paraná (Adapar) ao
Mapa para suspender a vacinação.
Se a estrutura de defesa do estado
e seus sistemas de vigilância forem
considerados aptos para atender às
novas necessidades que a suspensão
da vacinação requer, o Mapa autoriza
a suspensão da vacinação.
São quatro exigências para o
processo de obtenção do status de
área livre sem vacinação: estrutura
de serviço veterinário adequado
em termos técnicos e financeiros,
não ter nenhum foco da doença nos
últimos 12 meses, constatado pelo
inquérito soro-epidemiológico, sus-
pensão da vacinação de todo o re-
banho e a não entrada de nenhum
animal vacinado no território. Em
maio de 2017, cumpridos esses pro-
cedimentos, durante a Assembleia
Geral da OIE poderá ocorrer a libe-
ração do Paraná como zona livre da
febre aftosa.
Que benefícios essa certifica-ção pode trazer para a pecuá-ria paranaense?
Atualmente, nossa comer-
cialização de carnes tem um trân-
sito restrito, não alcança os gran-
des mercados internacionais, que
pagam mais por elas. Todo mundo
ganha: pecuaristas, indústria e so-
ciedade com novos investimentos
e mais empregos. A Faep está traba-
lhando com grupos de pecuaristas
que estão avançando celeremente
para se posicionar no mercado com
carnes de alta qualidade e que, cer-
tamente, terão preços compensado-
res. Um estudo que compara custos
e benefícios econômicos e sociais
da estratégia de retirada de vacina-
ção da febre aftosa, realizado pelo
professor da Universidade de Bra-
sília, o economista Jorge Madeira
Nogueira, concluiu que, no pior ce-
13sindiavipar.com.br |
Entrevista
nário possível, a estratégia traz um
retorno para a sociedade de mais de
R$ 2 bilhões.
O surto de 2005 trouxe como consequência a perda de bi-lhões em exportações não re-alizadas. Quais as diferenças entre o cenário daquela épo-ca e o dos dias de hoje?
O surto de 2005 foi algo mal
administrado pelo governo do Para-
ná, que inexplicavelmente não quis
reconhecer a ameaça da doença e
durante um tempo crucial se recu-
sou a sacrificar os animais, conforme
mandam as normas internacionais.
Em 2010, a Faep propôs ao governo
do estado a criação da Adapar para
ter maior agilidade nas ações de pro-
moção da defesa sanitária.
A Adapar ainda está em sua
fase de estruturação, agora com
mais 169 técnicos. Como até hoje
as exportações de suínos e bovi-
nos não foram recuperadas aos
mesmos patamares daquela época,
temos muito menos a perder num
cenário de reintrodução do vírus
do que naquela época. Outra dife-
rença fundamental do cenário de
hoje em relação ao surto de 2005 é
a situação sanitária de nossos vizi-
nhos, especialmente o Paraguai,
que vem fazendo investimentos
em seu sistema sanitário e melho-
rando assim consideravelmente
seu conceito junto às organizações
internacionais quanto à vigilância
de febre aftosa.
Na Bolívia, o Mapa e o setor
privado dos estados fronteiriços
têm feito investimentos significa-
tivos na vacinação de regiões de
fronteiras, além de apoio técnico,
treinamento de pessoal e outras
operações como o inquérito soro-
epidemiológico naquele país.
Em contrapartida, quanto pode ser arrecadado a partir do momento em que o Paraná for novamente certificado?
Estão confirmados investi-
mentos das cooperativas parana-
enses de R$ 1,5 bilhão em novos
frigoríficos de suínos nos próximos
cinco anos. O efeito do reconheci-
mento do Paraná como área livre
sem vacinação é multiplicador, com
benefícios econômicos e sociais na
suinocultura, avicultura, bovinocul-
tura de leite e de corte com seus
derivados contribuindo para o de-
senvolvimento do estado.
Existe uma previsão muito
conservadora de um incremento
na exportação de carne bovina de
6,16% ao ano, um acréscimo de
valor de 0,5%/tonelada. No caso
da carne suína, esse aumento pre-
visto será de 7,45% em volume e
de 1,7% em valor. Essas projeções
foram feitas com base no cenário
mundial de aumento de demanda
de proteína animal.
Indiretamente, o reconheci-mento de área livre de febre aftosa pode trazer benefícios também para a avicultura do Paraná?
Todas as cadeias serão be-
neficiadas indiretamente, incluin-
do a avicultura, suinocultura e a
bovinocultura de leite. O status de
livre de febre aftosa sem vacina-
ção acaba sendo uma referência
positiva para as demais cadeias. O
reconhecimento internacional sig-
nifica que a estrutura de defesa do
estado como um todo é forte, ágil
e preparada. Esse status aumenta a
credibilidade do sistema de defesa
do estado.
14 | sindiavipar.com.br
BOM AMBIENTE Empresas que priorizam qualidade de vida do trabalhador evitam custos desnecessários
Fiep
O gasto médio que uma
empresa tem no primeiro ano de
afastamento de um único funcio-
nário varia entre R$ 60 mil e 90
mil. O valor inclui a complemen-
tação salarial, os encargos sociais
e o pagamento de outro traba-
lhador para suprir a falta daquele
que está impossibilitado. Essa es-
timativa do Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS) mostra que
investir em prevenção de aciden-
tes e de doenças e na qualidade
de vida dos colaboradores é a for-
ma mais eficiente de evitar gas-
tos, além de serem medidas que
favorecem o rendimento laboral.
Com o objetivo de cons-
cientizar e orientar as indústrias
sobre a importância da saúde ocu-
pacional, o Sesi Paraná lançou este
ano uma campanha de Qualidade
de Vida adotando uma abordagem
mais incisiva com os empresários.
“Se o industrial não coloca
esse tema no planejamento, não
gerencia e não controla os índi-
ces, ele não sabe quantos dias de
falta por doença e por acidente
cada trabalhador teve, o que tor-
na impossível mensurar o custo.
É dinheiro que está indo embora
sem que o administrador da em-
presa perceba”, ressalta o supe-
rintendente do Sesi no Paraná,
José Antonio Fares.
Em um primeiro momento,
pode parecer custoso implemen-
tar medidas de segurança e pre-
venção de doenças e acidentes.
No entanto, o investimento com-
pensa, principalmente se for le-
vado em consideração que o Tri-
bunal Superior do Trabalho (TST)
já chegou a conceder R$ 10 mi-
lhões em indenização por danos
morais coletivos a um grupo de
trabalhadores de um frigorífico
por irregularidades relacionadas
ao ambiente de trabalho excessi-
vamente frio.
O número de acidentes
anuais é outro aspecto que pesa
nas finanças da empresa. Quanto
mais elevado, maior é a alíquota
de tarifação do Fator Acidentá-
rio de Proteção (FAT), que custeia
acidentes e doenças do trabalho,
bem como aposentadorias espe-
ciais. “Muitos trabalhadores resis-
tem em utilizar equipamentos de
proteção individual ou coletivo.
É responsabilidade da empresa
garantir essa utilização, nem que
para isso seja necessário dar uma
advertência”, recomenda o geren-
te de Qualidade de Vida do Sesi no
Paraná, Ademir Vicente da Silva.
Evite gastosPrograma Qualidade de Vida corta custos desnecessários para a indústria
15sindiavipar.com.br |
16 | sindiavipar.com.br
Informe publicitário
No último mês de maio,
o mercado avícola brasileiro
ganhou uma nova potência: foi
anunciada a criação do Grupo Vi-
bra. Formado pela Agrogen, nat
alimentos, Avia e Frango Seva, a
empresa já nasce grande, com 17
unidades ao todo, mais de 3500
funcionários e planos de expan-
são para o Brasil e exterior.
O Grupo tem dois focos
principais, a produção de alimen-
tos e a multiplicação genética de
matrizes de aves. Para isso, con-
tará com os anos de experiência
que suas empresas têm nessas
diferentes áreas da produção
avícola. A Agrogen é especialis-
ta em genética, fundada no Rio
Grande do Sul em 1990, a nat.
alimentos está presente em mais
de 30 países e em quase todo o
Brasil e é reconhecida pelos rí-
gidos padrões de qualidade ado-
tados, a Avia trabalha focada no
mercado externo (Oriente Mé-
dio) e a Frango Seva tem mais de
40 anos de experiência no mer-
cado nacional.
A matriz do grupo é em
Montenegro (RS). No Paraná, são
três unidade localizadas em Pato
Branco, Guarapuava e Itapejara
D´Oeste. Juntas, elas empregam
cerca de 2300 funcionários no es-
tado. A empresa está em constan-
te expansão e pretende continuar
crescendo, inclusive no Paraná.
Em 2014, a Agrogen já
havia incorporado o frigorífico
Frango Seva de Pato Branco, Pa-
raná, consolidando essa tendên-
cia de expansão pela região Sul
e Sudeste. Hoje, o Grupo possui
granjas, incubatórios, laborató-
rios, fábricas de ração e frigorífi-
cos, distribuídos nos estados do
Rio Grande do Sul, Paraná e Mi-
nas Gerais.
Vibra uma nova força Agrogen muda nome para Grupo Vibra e desponta como novo player no mercado avícola do País
ObjetivosAs metas são ambicio-
sas. O Grupo pretende avançar
no mercado interno, que se
encontra aquecido e aumen-
tar a capacidade produtiva de
suas plantas, adequando-as
para os padrões exigidos pelo
mercado europeu, um dos
mais exigentes do planeta. A
incorporação de unidades no
Paraná é estratégica e repre-
senta um ganho em logística
e de produção na região, além
de uma tentativa de equilibrar
ganhos do mercado interno
com as exportações.
18 | sindiavipar.com.br
Sustentabilidade
O cultivo da mandioca é co-
mum nas pequenas propriedades e
serve para melhorar a subsistência
familiar e a geração de renda. A raiz
é comumente aproveitada na ali-
mentação humana e, por isso, des-
tinada para a venda, mas as folhas e
os talos geralmente são perdidos e
acabam sem utilização. O que mui-
tos não sabem é que a parte aérea
da planta também é rica em proteí-
na, vitamina A, ferro e aminoácidos,
e que, se for processada de forma
correta, pode ser transformada em
alimento para os animais. No Rio
Grande do Sul, a Emater/RS-Ascar
desenvolve esse projeto que inclui
a cultura na ração dos aviários, con-
tribuindo para a sustentabilidade e
redução dos custos em até 40%.
As ramas da mandioca não
são frequentemente utilizadas na
nutrição animal porque trazem em
sua composição o ácido cianídrico,
que pode causar intoxicação. “Mas
quando se processa a parte aérea,
elimina-se o problema por comple-
to”, destaca o engenheiro agrônomo
Luiz Fernando Gerhard, responsável
pelo projeto na Emater/RS-Ascar de
Vera Cruz. Para obtenção do farelo,
é preciso picar as folhas e talos, re-
alizar a secagem do produto e por
Ração de mandiocaProjeto desenvolvido pela Emater/RS-Ascar utiliza parte aérea e raízes da planta para reduzir custos na avicultura colonial
Após a colheita das ramas e das hastes, é pre-ciso triturar todo o produto e direcioná-lo para a secagem. É importante transformar a parte aérea em pedaços bem pequenos, para facilitar a desidratação.
A secagem pode ser feita de forma natural, ao sol, quando houver insolação suficiente. Caso contrário, recomenda-se a utilização de secagem artificial por secador adequado para essa finalidade. As hastes e ramas trituradas devem ser espalhadas em uma lona preta ou em superfície de zinco até desidratarem por completo. O tempo de exposi-ção depende da frequência e da intensidade do sol.
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18 | sindiavipar.com.br
Sustentabilidade
Cursos de CapacitaçãoO projeto de transformação
da planta da mandioca em farelo é
desenvolvido pela Emater/RS-Ascar
desde 1986 e tem como parceiros a
Embrapa/Pelotas do Rio Grande do
Sul, a Universidade Federal de Santa
Maria (UFSM) e a Universidade Fede-
ral do Rio Grande do Sul (UFRGS). A
unidade da Emater/RS-Ascar de Vera
Cruz oferece cursos de capacitação e
suporte técnico para inclusão da man-
dioca na ração de aves e outros ani-
mais. Informações podem ser obtidas
pelo telefone (51) 3718-1250 e pelo
e-mail emvecruz@emater.tche.br ou
luiz-gerhard@hotmail.com
fim moê-lo. A raiz também pode ser
aproveitada depois de passar pelo
mesmo processo.
“O farelo da parte aérea da
mandioca é misturado com outros
produtos para fazer uma formula-
ção que atenda às necessidades
das aves. Entra como um comple-
mento forte e diminui a inclusão do
farelo de soja e do milho na ração”,
aponta Gerhard. As análises eco-
nômicas realizadas pela instituição
indicam que os custos com a ali-
mentação diminuem entre 30% e
40%. “Pode até melhorar, porque
depende do tempo e do processo
que o agricultor vai imprimir no
momento da elaboração do farelo
e da farinha de raspa”, completa o
engenheiro agrônomo.
VantagensO farelo obtido com o pro-
cessamento da mandioca é tão
nutritivo quanto o oferecido pelo
milho e pela soja. Além de ser al-
tamente energético por causa do
uso da raiz, o produto resultante
das ramas tem grande concentra-
ção de vitamina A, que influencia
a coloração dos ovos e da carne
das aves. “Quanto maior o volu-
me de folhas, maior a qualidade
nutritiva”, destaca Gerhard. Ainda
segundo o engenheiro agrônomo,
alguns aminoácidos, encontrados
na parte aérea da mandioca, não
estão presentes na soja.
O alto poder de armazena-
gem dos subprodutos da mandio-
ca também garante ao produtor
segurança alimentar. Depois de
processado, o farelo da parte aé-
rea e a farinha de raspa podem ser
guardados por longos períodos,
desde que se atendam os requi-
sitos básicos de higiene e conser-
vação. “A Organização das Nações
Unidas para Alimentação e Agri-
cultura (FAO) considera a planta
uma importante fonte de alimento
em nível mundial, pelo seu aspec-
to nutricional e pela segurança ali-
mentar”, conclui Gerhard.
Depois de desidratada, a parte aérea da mandioca é transformada em feno. Em seguida é triturada em moinho e/ou picador com martelos e peneira para ser transformada em farelo.
3
19sindiavipar.com.br |
20 | sindiavipar.com.br
Em meio ao processo de
ajuste nas contas públicas, o go-
verno federal anunciou o Pla-
no Agrícola e Pecuário (PAP) – o
Plano Safra –, para a temporada
2015/16, com aumento da oferta
de crédito para o campo e redu-
ção de subsídios a juros contro-
lados. Ao todo, R$ 187,7 bilhões
serão disponibilizados para re-
cursos ao crédito rural, como as
operações de custeio, investi-
mento e comercialização da agri-
cultura empresarial.
O valor destinado ao fi-
nanciamento da agricultura em-
presarial representa uma alta
de 20% em relação ao período
anterior, que foi de R$ 156,1 bi-
lhões, mas também reajusta a
taxa de juros subsidiadas, que
de 6,50% sobe para 8,75% ao
ano. Dos montantes, R$ 149,5
bilhões (79,5%) serão para recur-
sos de custeio e comercialização
da agricultura e R$ 38,2 bilhões
(20,5%) para investimentos em
infraestrutura.
“O Plano Safra é bom, le-
vando em consideração a atual
situação econômica do País, mas
também não é um pacote de bon-
dades”, analisa o especialista em
agronegócio e coordenador da
Expedição Safra, Giovani Ferrei-
ra. Para ele, o crescimento se dá
basicamente sobre os recursos a
juros livres, com uma taxa regula-
da pelo mercado, que pode pas-
sar de 20%. Um dos principais
pontos questionados pelo setor é
de que os recursos com juros con-
trolados caíram 2,2%, – R$ 129,8
bilhões – em relação à última
safra, enquanto que os recursos
com juros de mercado saltaram
146%, para R$ 57,9 bilhões.
De acordo com o diretor
do Departamento de Economia
Rural (Deral), da Secretaria de
Agricultura e Abastecimento do
Paraná (Seab-PR), Francisco Si-
mioni, a reestruturação da taxa
de juros dos empréstimos de cus-
teio, para 8,75% ao ano, provoca-
rá um grande impacto nos gastos
para o plantio.
Segundo Simioni, a previ-
são é de que, com a nova taxa, os
produtores desembolsem pelo
menos R$ 1,8 bilhão a mais no
Plano Safra 2015/16Recursos da agricultura empresarial e familiar aumentam 20%,mas com reajuste da taxa de juros
serão para recursos de custeio e comercialização da agricultura
para investimentos em infraestrutura
R$ 149,5 bi (79,5%)
R$ 38,2 bi (20,5%)
período de 2015/16. Em outras
palavras, o custo para o plantio
ficará mais caro. “Não sabemos,
ainda, qual o choque no valor dos
produtos para o consumidor fi-
nal. No entanto, o que podemos
prever é que, para o produtor, os
gastos para a produção de grãos
ficarão mais caros”, comenta.
Agricultura FamiliarPara os anos 2015/16, a
agricultura familiar terá à dispo-
sição um valor para investimen-
to de R$ 28,8 bilhões, também
20% maior que o último plano.
A maior parte dos recursos,
R$ 26 bilhões, poderá ser con-
tratada a juros entre 0,5% e
5,5%. Para ter acesso aos outros
R$ 2,9 bilhões, os juros serão de
7,75% para custeio e 7,5% para
investimentos. Com isso, o PAP
somará a quantia de R$ 216,5
bilhões às operações de custeio,
comercialização e investimentos,
entre os produtores da agricultu-
ra empresarial e a familiar.
Insumos
22 | sindiavipar.com.br
Com a chegada do inverno, viabilizar um
aquecimento adequado para as aves durante o
transporte do aviário ao abatedouro é um impor-
tante passo para garantir uma boa produtividade
e ressaltar os princípios de bem-estar animal. A
condução com a temperatura correta evita influ-
ências negativas no sabor da carne, proveniente
de possíveis estresses.
De acordo com o engenheiro mecânico
da AGPR5 máquinas e equipamentos, Alexan-
dre Trevisan Pelzer, companhia especializada
em automação para o setor agropecuário e de
alimentos, durante a locomoção, as aves devem
suportar o mínimo de diferenças térmicas, per-
manecendo com uma variação de temperatura
entre 24°C a 26°C, índices considerados ideais
para o conforto de uma ave com 36 dias de idade.
“Os frangos podem sofrer esgotamen-
tos físico e emocional. A baixa temperatura, pro-
porcionada pela alta velocidade do veículo de
transporte, concomitante à diminuição de calor,
pode gerar diretamente a morte do frango. Por
outro lado, com o estresse térmico devido à ele-
vada temperatura e umidade, as aves podem fi-
car inquietas, danificando sua estrutura, como as
asas, por exemplo. Com isso, em ambos os casos
pode ocorrer o descarte da ave”, ressalta Pelzer.
Em dias frios, como no inverno, o perío-
do mais apropriado para se transportar a carga
avícola é o horário mais quente do dia, entre 10
e 14 horas. No contrário, em época de verão, o
correto é conduzir os frangos no período notur-
no, evitando altas temperaturas e favorecendo
Cuidado, frágilTransporte correto e temperatura ideal trazem benefíciosaté mesmo para o sabor da carne
Bem-estar
TRANSPORTE ADEQUADO Qualidade do carregamento do aviário ao abatedouro influencia o sabor da carne
o bem-estar das aves, o que reduz as
perdas por mortalidade e resulta em
carne de melhor qualidade. Em alguns
casos, por conta do estresse, determi-
nadas aves chegam a liberar toxinas
que influenciam e interferem no sabor
da carne depois de processada.
“Seguir as práticas corretas
de produção de frangos privilegia
a qualidade e o bem-estar animal
e, consequentemente, a eficiência
produtiva e a qualidade do produto”,
afirma o gerente comercial da Jonhis,
Fábio Araújo. A empresa é especiali-
zada no desenvolvimento de instru-
mentos de medição das variações de
temperatura no transporte de cargas
perecíveis ou sensíveis ao calor. Se-
gundo Araújo, ainda não existe uma
norma específica para o transporte
de aves no Brasil. Porém, uma reso-
lução da Agência Nacional de Vigi-
lância Sanitária (Anvisa), chamada de
Regulamento de Boas Práticas para
os Serviços de Alimentação, assegu-
ra e estabelece procedimentos para
garantir as condições higiênico-sani-
tárias do alimento preparado.
Ainda que o país não conte
com sua regulamentação própria, Pel-
zer, da AGPR5, relembra que o setor
avícola se baseia em normas interna-
cionais, fornecidas por órgãos como o
Comitê Interamericano de Sanidade
Avícola (CISA), ligado à Organização
Mundial de Saúde Animal (OIE) e ao
Conselho da União Europeia.
Os documentos regulamen-
tam que os veículos com trânsito ha-
bilitados para o transporte devem ser
desinfetados antes de entrar e sair
da unidade de produção. Contudo, as
aves devem ser descarregadas o mais
rapidamente possível após a chegada.
Os estabelecimentos de abate devem
dispor de instalações e equipamentos
apropriados para o desembarque dos
animais. Da mesma forma como ocor-
re durante a etapa do transporte, os
frangos também devem ser protegi-
das contra condições climáticas ex-
tremas durante a espera para a linha
de produção, beneficiando-se de um
ambiente adequado.
Bem-estar
24 | sindiavipar.com.br
Sem criseLíder brasileiro em produção e exportação de carne de frango, Paraná pode responder por até 50% das exportações avícolas
em médio prazo
25sindiavipar.com.br |
Definitivamente,não vejo crise em
nosso setorCiliomar Tortola, diretor industrial GTFoods
Capa
Ainda que penalizada por
diversos reajustes em seus insu-
mos de produção, como no caso da
tarifa de energia elétrica, a avicul-
tura brasileira se fortalece como
um dos pilares da economia agro-
pecuária – o primeiro semestre
deste ano apresentou resultados
recordes. Nesse contexto, o Para-
ná segue firme em sua liderança: o
estado já representa, em volume,
35% das exportações de carne
de frango brasileiras e é o segun-
do setor de maior peso no Valor
Bruto da Produção (VBP) estadual,
com participação de 14% em um
montante que deve chegar próxi-
mo de R$ 73 bilhões em 2015, de
acordo com projeção do Departa-
mento de Economia Rural (Deral)
da Secretaria de Estado, Agricultu-
ra e do Abastecimento do Paraná
(Seab-PR).
“Com os novos investimen-
tos que as indústrias têm realizado
e as expectativas de crescimento
contínuo, é possível que, em um
futuro próximo, o Paraná responda
por até 50% dos resultados aví-
colas brasileiros para o mercado
externo”, antecipa o presidente do
Sindicato das Indústrias de Produ-
tos Avícolas do Estado do Paraná
(Sindiavipar), Domingos Martins. A
previsão do sindicato é apoiada pe-
los números: até o primeiro semes-
tre de 2011, o Paraná respondia por
pouco mais de 24% das exporta-
ções avícolas brasileiras.
Neste primeiro semestre,
segundo os dados da Secretaria
de Comércio Exterior (Secex), vin-
culada ao Ministério do Desenvol-
vimento, Indústria e Comércio Ex-
terior (MDIC), o volume de carne
de frango exportado pelo Paraná
– que considera produtos intei-
ros, cortes, salgados, processados
e embutidos –, atingiu 692,76 mil
toneladas, crescimento de 17,8%
em relação ao mesmo período do
ano passado, quando foram expor-
tadas 588,02 mil toneladas.
O faturamento acumulado
dos seis primeiros meses também
cresceu, 8%, alcançando US$ 1,14
bilhão de dólares arrecadados
ante a US$ 1,06 bilhão em 2014.
Por sua vez, o ritmo de produção
paranaense tem acompanhado
a demanda crescente pela pro-
teína animal. De acordo com os
dados do Sindiavipar, foram aba-
tidas 800,76 milhões de aves no
primeiro semestre deste ano, alta
de 5,7% ante aos 757,08 milhões
registrados no mesmo período do
ano anterior. Para o fechamento
deste ano, o Sindiavipar projeta
crescimento de 7% nas exporta-
ções e 5% em produção.
Expansões E no que depender das in-
dústrias, a trajetória ascendente
deve continuar por ainda bastante
tempo. Desde abril, a cooperativa
Aurora assumiu o controle da pro-
dução da planta de aves da Cocari,
em Mandaguari, com resultados
concretos de expansão. “O abate,
que estava na faixa de 120 mil fran-
gos/dia com a Cocari, foi retomado
para 140 mil aves/dia e deve che-
gar a 180 mil aves/dia até o final
deste ano. Os 1.700 trabalhadores
da antiga indústria foram transfe-
ridos à Aurora, que agora passa a
contar com 25 mil trabalhadores
diretos nos estados do Paraná e de
Santa Catarina”, destaca, em nota, o
presidente Mário Lanznaster. A co-
operativa, que tem sede em Chape-
có (SC), teve um faturamento bruto
de R$ 6,7 bilhões em 2014 e deve
ampliar os resultados para 2015.
Os ventos favoráveis tam-
bém sopram sobre o Grupo GTFoo-
ds. No conglomerado avícola, com
sede em Maringá, o abate diário
deve crescer 16% até 2016, pas-
sando das 480 mil aves/dia pro-
duzidas em 2014 para 650 mil/
aves dia. O grupo também espera
um crescimento de 30% no fatu-
ramento, que, de 1,4 bilhão fatu-
rados no ano passado, deve saltar
para 1,8 bilhão este ano. No total,
a empresa investiu cerca de R$ 120
milhões, desde 2012, para ampliar
a capacidade produtiva de carne
26 | sindiavipar.com.br26 | sindiavipar.com.br
de frango, produto que responde
por 80% das vendas do grupo. O
GTFoods assinou ainda acordos
com o Governo do Paraná e com
o Banco Regional do Desenvolvi-
mento do Extremo Sul (BRDE) a fim
de aportar novos recursos para sua
política de expansão.
“Além de uma série de
aquisições que realizamos, tam-
bém estamos investindo em uma
nova fábrica de embutidos, que
em breve deverá começar a ofertar
produtos como salsicha, mortade-
la e hambúrguer para o mercado
interno. Definitivamente, não vejo
crise em nosso setor”, afirma Cilio-
mar Tortola, diretor industrial do
GTFoods. Para ele, o foco está no
exterior. “Esse crescimento tem
um olhar no mercado de fora, uma
vez que a demanda pelas exporta-
ções estão com uma procura muito
grande”, pontua Tortola.
A análise também é cor-
roborada pelo vice-presidente de
aves da Associação Brasileira de
Proteína Animal (ABPA), Ricardo
Santin. “Vários de nossos grandes
importadores foram os principais
responsáveis por este desempe-
nho, como é o caso da Arábia Sau-
dita, do Japão, da China, dos Emira-
dos Árabes Unidos, da Rússia e da
Venezuela. De forma geral, houve
crescimento em praticamente to-
dos os mercados”, destaca o diri-
gente. A boa notícia para a avicul-
tura é que essa lista de clientes não
para de aumentar: recentemente, o
Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (Mapa) anunciou
que o governo de Mianmar auto-
rizou a compra de carne bovina e
de aves do Brasil. De acordo com a
pasta, o mercado brasileiro será o
primeiro a fornecer carne in natura
ao país asiático. A expectativa do
setor privado é de que o novo des-
tino traga um incremento de até
US$ 87 milhões às receitas das ex-
portações agropecuárias. Malásia
e Paquistão foram outros mercados
também abertos recentemente.
Mas para competir lá fora,
não basta apenas a exportação in
natura. “A fábrica de embutidos
que estamos inaugurando certa-
mente também será direcionada
para o mercado externo em longo
prazo. Em vez de exportar carne
mecanicamente separada (CMS),
queremos exportar salsichas e ou-
tros produtos prontos para o con-
sumo”, analisa Ciliomar Tortola.
(Leia mais na página 38). Além dis-
so, o grupo tem procurado diversi-
ficar o portfólio de produtos: no iní-
cio deste ano, concluiu a aquisição
da Fresh Foods, especializada em
pratos prontos, e de 50% da Chef
Food, fábrica de pão de queijo e de
produtos congelados.
Benefícios por toda a cadeia De um total de R$ 70,6
bilhões atingidos por todas as ati-
vidades agropecuárias do Paraná
em 2013/14, a avicultura de corte
foi responsável por R$ 9,8 bilhões,
perdendo em arrecadação apenas
para a soja. Hoje, a atividade aví-
cola gera 660 mil empregos dire-
tos e indiretos e envolve mais de
20 mil produtores em regiões ru-
rais do interior do Estado. Os aba-
tes de frango cresceram mais de
15% nos últimos cinco anos, fe-
chando 2014 com 1,56 bilhão de
aves produzidas em todo o Paraná.
O crescimento apresen-
tado pela indústria avícola é um
reflexo sentido por toda a cadeia.
27sindiavipar.com.br | 27sindiavipar.com.br |
“Dentro do agronegócio brasilei-
ro, a avicultura é a atividade que
mais distribui renda. Nós temos
uma cadeia em que a lucratividade
tem uma divisão racional, então
quando a atividade vai bem, todo
mundo ganha”, analisa o presiden-
te do Sindiavipar, Domingos Mar-
tins. O diagnóstico pode ser cons-
tatado pelo aumento no número
de contratações. Na Copacol, em
Cafelândia, foram cerca de 35%
mais admissões em vagas de am-
pliação que no mesmo período do
ano passado – resultado compar-
tilhado em maior ou menor grau
por diversas indústrias avícolas do
Paraná. A Copacol também pro-
move atualmente um plano para
aumentar seu faturamento em até
60% (leia mais na página 36) e foi
considerada recentemente uma
das cinco empresas mais rentáveis
do estado.
Mais do que gerar empre-
go e riquezas, a avicultura é hoje
responsável por levar qualidade
de vida ao interior do Paraná. As
44 indústrias paranaenses expor-
tam para mais de 150 países e es-
tão localizadas em 29 municípios,
sendo que, dos 32 municípios pa-
ranaenses que apresentam Índi-
ce de Desenvolvimento Humano
(IDH) – indicador da Organização
das Nações Unidas (ONU), superior
à média estadual, 15 deles têm
avicultura forte e figuram entre os
maiores plantéis de aves do Para-
ná. “A avicultura faz a sua parte e
gera crescimento, empregos e ren-
da. A perspectiva certamente será
favorável se os reajustes deixa-
rem de ser incessantes”, enfatiza
Domingos Martins.
28 | sindiavipar.com.br
O aumento de produtividade
sempre será um grande desafio para
a avicultura moderna. Isso se dá pe-
los constantes implementos de po-
tencial de ganho que a genética nos
impõe. Para que o produtor de frango
de corte consiga expressar todo esse
potencial, fornecido pela genética e
aproveitar ao máximo todos os nu-
trientes presentes no alimento, é
importantíssimo que se tenha em
mente que uma gama de controles é
necessária.
Em resumo, o trabalho do
produtor é transformar pintinhos e
ração em frangos de qualidade.
O primeiro item que entra
como importante no pacote de de-
senvolvimento é a nutrição. Hoje
em dia, o conceito de bons resul-
tados zootécnicos tem sido modi-
ficado para produção com baixos
custos, isso devido aos constantes
aumentos nos custos dos insumos
básicos para produção de alimento
(milho, soja, trigo, etc.), por isso, en-
contrar o equilíbrio nutricional com
um custo proporcional ao mercado
em que esse produto se encontra é
fundamental para a sobrevivência
do negócio e acima de tudo para sua
competitividade.
Ponderando-se que a ração
será equilibrada, porém de baixo cus-
to, admite-se que o desempenho da
ave estará muito mais embasado em
dois outros alicerces da produção: a
sanidade e o manejo. Com esses dois
quesitos bem controlados, podemos
formar frangos com qualidade e, aci-
ma de tudo, com custo menor.
Para um bom controle sani-
tário, dois itens são muito importan-
tes: os programas de vacinação e os
trabalhos de limpeza e desinfecção.
Para a elaboração de um bom progra-
ma de vacinação é importante que se
tenha consciência dos desafios virais
regionais e qual é disponibilidade
prática de cepas vacinais para a re-
alidade de mercado da região. É im-
portante que se tenha consciência de
que grande parte das vezes o nosso
programa de vacinação não cobrirá
todos os desafios virais impostos por
sobre a produção (cepas variantes,
por exemplo), nesse sentido a limpe-
za e a desinfecção dos aviários passa
a ser útil para que minimizemos ao
máximo o grau de desafio sanitário
ao qual as aves são expostas.
Falar de limpeza e desinfec-
ção, apesar de ser um tema básico,
Melhorando a performancede frangos de corte
Artigo técnico
29sindiavipar.com.br |
muitas vezes não é fácil em determi-
nadas situações. Isso se dá porque,
para termos um trabalho de limpeza
efetivo é necessário um insumo va-
lioso dentro da indústria: o tempo.
Grande parte das empresas,
para diminuir seus custos de produ-
ção, quer otimizar ao máximo suas
estruturas e para isso diminuem o
tempo de alojamento entre lotes,
produzindo um maior número de lo-
tes e uma maior quantidade de aves
em um determinado período de tem-
po. Esse raciocínio não é incorreto,
desde que certos limites sejam res-
peitados e que a palavra “otimizar”
não se transforme em “explorar”.
Quando o intervalo entre
lotes é diminuído de maneira muito
acentuado, o primeiro ponto a ser
Conversão Alimentar em uma companhia sem investimentos em ambiência
Conversão Alimentar em uma companhia com altos investimentos em ambiência (pressão negativa)
30 | sindiavipar.com.br
sacrificado é a qualidade das aves,
seguido de queda de desempenho
e aumento de custos, aumento esse
que muitas vezes não é compensado
pela suposta otimização que se con-
seguiu com a diminuição do tempo
de vazio sanitário.
Em termos práticos, para que
tenhamos um equilíbrio entre os pro-
cessos de limpeza e desinfecção, um
período de tempo médio satisfatório
para a realização dos trabalhos de
limpeza e desinfecção com qualidade
seria de 14 dias. Esse período pode
variar de acordo com grau de tecni-
ficação como também qualidade da
mão de obra. Porém é importante se
ter em mente que quanto menor o
tempo, mais assertivos devem ser os
trabalhos que são realizados nesse
período.
Mas para se produzir frangos
de baixo custo e de boa qualidade,
o ponto mais crítico que se percebe
são, sem dúvidas, os temas relacio-
nados à ambiência e à estrutura dos
aviários. Estruturas pobres e a falta
de controle dos aspectos ambientais
são pontos que afetam quase todas
as empresas do mundo em maior ou
menor grau e é onde se têm os me-
lhores ganhos ou os piores prejuízos
quando se fala em produção com bai-
xos custos.
Um bom ambiente se resume
a uma granja onde a ave aproveite o
máximo possível dos nutrientes dis-
poníveis no alimento para o seu cres-
cimento. Quanto maior o gasto que a
ave tiver para modular a temperatura
corpórea ou mobilizar o seu aparato
imunitário, menor será a tradução
de investimentos em alimento para
peso vivo.
Por conta desse raciocínio,
empresas do mundo todo estão fo-
cadas em investimento em estru-
turas de criação que promovam um
melhor controle ambiental e conse-
quentemente melhorem a perfor-
mance sem aumento de investimen-
to em nutrição.
Controles de temperatura,
umidade, velocidade de vento, as-
sim como quantidade e qualidade de
água fornecida, consumo de alimento
são aspectos muito importantes para
que tenhamos também a capacidade
de modular esses itens no sentido de
fornecer uma condição ótima para o
desenvolvimento pleno da ave.
Um entrave que se observa
para a efetivação desse conceito,
além da questão de investimento fi-
nanceiro, é o conhecimento necessá-
rio para se trabalhar com estruturas
mais elaboradas. Muitas companhias
têm investido fortemente em estru-
tura, porém sem investir no conhe-
cimento necessário para se extrair
o máximo que os galpões podem
oferecer. Conceitos de fisiologia
acompanhados por temas ligados a
dimensionamento, termodinâmica,
isolamento e dinâmica de ar e flui-
dos são muito importantes, porém
muito escassos em algumas empre-
sas que começaram a investir em
granjas com melhor nível de controle
e tecnologia.
O cuidado com a informa-
ção acaba sendo um ponto crucial,
devido ao fato de que muitas vezes
a falta dela pode gerar uma má utili-
zação de determinada tecnologia e
consequentemente uma conclusão
errônea do real potencial que essa
tecnologia pode ter para a melhora
dos resultados em cada realidade.
Portanto, investir em nutri-
ção é muito importante (com equi-
líbrio e custos controlados). Investir
em sanidade é fundamental para que
a qualidade e a segurança do nosso
produto seja assegurada. Porém, a
pedra fundamental para o sucesso
ou não dos processos de produção
avícola tem sido o investimento as-
sertivo em tecnologias, estruturas e
informações que consigam otimizar
os investimentos já feitos e consoli-
dar isso tudo em uma ave saudável e
de baixo custo.
*Marcus Briganó é especialista em frangos de corteda Cobb-Vantress
Investir em sanidade é fundamental para que a qualidade e a segurança
do nosso produto seja assegurada
Artigo técnico
32 | sindiavipar.com.br
Menos custo, mais benefícioCom o aumento da tarifa de energia elétrica, utilização de GLP é alternativa para aquecimento de aviários
Energia
Na hora de escolher a fonte
apropriada para o aquecimento dos
aviários, diversos aspectos são analisa-
dos, especialmente o custo-benefício.
Com o aumento da tarifa de energia
elétrica, soluções alternativas como o
Gás Liquefeito de Petróleo, o GLP, têm
sido estudadas como possibilidades
para as granjas. Além de representar
menor custo para a indústria e para o
produtor, o GLP ainda contribui para a
preservação do meio ambiente.
De acordo com a gerente de
mercado granel da Região Sul da Liqui-
gás, Mônica de Souza Derani Nemer, o
GLP é altamente competitivo no mer-
cado. “Tendo em vista o seu alto poder
calorífico, é mais econômico utilizar
um sistema de aquecimento a GLP do
que com energia elétrica, pois apre-
senta maior controle e rendimento,
uma vez que permite constância linear
do potencial energético, mantendo a
temperatura estável dentro da neces-
sidade de cada cliente”, explica.
Além da energia contínua,
sem oscilação, outro ponto favorável
ao uso do GLP é o custo da infraestru-
tura, que também é inferior. Mônica
destaca ainda que quanto maior a de-
manda pelo uso do aquecedor a gás,
maior será a vantagem relativa gerada
por ele.
MercadoDe acordo com a Liquigás, na
medida em que os produtores estão
conhecendo melhor a
relação dos custos e
dos benefícios desse
energético, o uso do GLP como fonte
de aquecimento de aviários está cres-
cendo. No entanto, quando compara-
do com os mercados dos Estados Uni-
dos e Europa, em que o uso do GLP é
amplamente difundido, no Brasil este
percentual ainda é pequeno.
Menos do que 20% do mer-
cado de aquecimento de ambientes
para criação de aves no país utilizam
o GLP, já que ainda é muito comum a
utilização da lenha como fonte ener-
gética. Enquanto isso, aproximada-
mente 40% das fazendas norte ameri-
canas já utilizam o GLP de acordo com
informações do Propane Educational
& Research Council, órgão que conduz
pesquisas sobre o uso do energético.
Em território nacional, indús-
trias como a BRF já trabalham com o sis-
tema GLP. A empresa, que atualmente
lidera o ranking brasileiro de criação e
Energia
abate de frangos, criou, em 2014, mais
de 1,6 bilhão de unidades de aves.
“Estudos da Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Embrapa) rea-
lizados no Brasil mostram que frangos
provenientes de ambientes aquecidos
com GLP ganham maior quantidade de
massa rapidamente, reduzindo o pe-
ríodo de produção”, analisa a gerente
da Liquigás, que coordena, também, o
aquecimento do aviário da BRF.
Instalação Para que todas as vantagens se
confirmem, o momento da instalação
do GLP é decisivo. “Para a sobrevivên-
cia e crescimento das aves dentro dos
galpões é de extrema importância que
o criador faça a instituição de um sis-
tema de aquecimento eficiente, e que
mantenha a temperatura constante e
controlada”, afirma Mônica. Realizada
externamente aos galpões, conforme
as normas de segurança, o processo de
instauração deve levar em considera-
ção as fases de desenvolvimento e do
período de crescimento das aves.
GLP x LenhaSe comparado à lenha, produ-
to amplamente utilizado no agronegó-
cio brasileiro, o GLP também apresen-
ta vantagens:
• Menor custo de manutenção – não
apresenta acúmulos carbonizados
decorrentes da combustão incom-
pleta da lenha;
• Controle e homogeneidade do pro-
cesso - o uso do GLP permite a modu-
lação da chama, resultando em um efi-
ciente controle de temperatura e em
um produto final com mais qualidade;
• Área de estocagem e custos indiretos
– o GLP necessita de uma área de esto-
cagem menor em relação à lenha. Além
disso, não necessita de operadores para
gerir a alimentação de combustível no
processo, bem como seu estoque;
• Emissões de poluentes - o GLP é
uma energia limpa e ambientalmente
correta, por não apresentar resíduos
particulados em sua combustão, ao
contrário da lenha, que produz em sua
queima elementos tóxicos.
34 | sindiavipar.com.br
Destaque no cenário mun-
dial de produção avícola e altamente
competitivo no comércio de expor-
tação, o Brasil pode avançar ainda
mais e até mesmo conquistar parte
do mercado norte-americano. Isso
porque as restrições impostas por al-
guns países devido ao recente surto
de gripe aviária nos Estados Unidos
podem ser benéficas aos embarques
avícolas brasileiros. Além de manter o
mercado aquecido, assegurar a saúde
animal proporciona credibilidade e
confiabilidade aos produtores e segu-
rança para os consumidores.
O trabalho contínuo para a
prevenção de doenças que atingem
o setor, como a gripe aviária e a fe-
bre aftosa (leia mais na página 12), é
uma prática levada a sério no Brasil
e especialmente no mercado avícola
paranaense. De acordo com o médi-
co veterinário da Agência de Defesa
Agropecuária do Paraná (Adapar),
Juliano Silva, apesar de não ser uma
doença avícola, a febre aftosa pode
restringir acesso a alguns mercados
mais exigentes.
Líder nacional na produção
de carne de frango, o Paraná exporta
seus produtos para inúmeros países.
“Não conseguiríamos atingir tantos
mercados exigentes caso não tivés-
semos um produto de alta qualidade.
Todas as ações desenvolvidas, en-
volvendo o manejo de produção das
aves, ações sanitárias e de controle,
processos de abate e tecnologias de
processamento dos produtos cárneos
são regidos por legislações de padrão
internacional. Por isso tudo podemos
assegurar a qualidade do produto
ofertado ao mercado interno e exter-
no”, destaca.
Gripe aviária no Brasil
Ainda que o Brasil não tenha
registrado casos de gripe aviária, Silva
Controle para qualidade Trabalho contínuo para a prevenção de doenças destaca Brasil e Paraná no mercado internacional de produção e exportação
Sanidade
Sanidade
explica que é preciso estar atento à
globalização dos serviços e produtos,
e ao alto fluxo de pessoas oriundas de
países com surtos da doença. De acor-
do com o especialista, a maior chance
de haver a infecção é pela vinda de
aves migratórias contaminadas da
América do Norte e por “migrações
erráticas oriundas da Ásia e Europa,
via Antártida”, alerta.
Por isso, além do monitora-
mento e controle precoce das doen-
ças por meio dos órgãos responsá-
veis, é importante o cuidado com as
fronteiras nacionais. "Nossas frontei-
ras terrestres e marítimas são de ex-
tensões continentais e necessitamos
de um cuidado maior nas ações de
fiscalizações, minimizando assim as
possibilidades de entrada", ressalta.
No Paraná, por exemplo, uma
série de medidas vem sendo tomadas
com o objetivo de combater o agente
e fortalecer o estado como referência
de sanidade avícola. Entre as ações,
está a criação do Conselho Estadual
de Sanidade Avícola, que conta com
subcomitês regionais, que permitem
discussões pontuais sobre o tema.
“Essa parceria é de grande
importância e permite avanços gra-
dativos na prevenção e controle de
doenças. Em muitos casos, geram-se
propostas para modificações nas legis-
lações que norteiam o setor”, comenta.
Paralelamente, a Adapar vem
promovendo uma série de treina-
mentos e capacitação dos funcio-
nários. A finalidade, segundo Silva,
é melhorar a ação na prevenção de
doenças e também no eventual con-
tingenciamento, em casos de emer-
gências sanitárias.
Existe um monitoramento
permanente associado às ações le-
gais previstas nas normas do Pro-
grama Nacional de Sanidade Avícola
(PNSA). O trabalho permite a detec-
ção precoce e medidas de controle
específicas que garantem a qualida-
de do produto final.
36 | sindiavipar.com.br
A Cooperativa Agroindus-
trial Consolata (Copacol) assinou
um financiamento de R$ 50 mi-
lhões com o Banco Regional de
Desenvolvimento do Extremo
Sul (BRDE) para dar continuidade
ao seu Propósito Estratégico Co-
pacol 4x4, programa de investi-
mentos que prevê o aumento do
faturamento da cooperativa para
R$ 4 bilhões em 2018 – no ano
passado foram R$ 2,5 bilhões. O
montante faz parte dos R$ 147
milhões que a cooperativa pre-
tende investir em infraestrutura
ainda este ano.
Para o diretor vice-presi-
dente da Copacol, James Fernan-
do de Morais, o BRDE é um dos
principais agentes financeiros
parceiros, mas a agroindústria
ainda deve receber valores de
outras instituições para comple-
tar o investimento. “O BRDE tem
sido um parceiro desde que foi
iniciado o processo de investi-
mentos na Copacol, na década de
Mapa para o futuroCom novos investimentos, Copacol traça estratégia para ampliaro faturamento em 60% até 2018
37sindiavipar.com.br |
Associados
70. Naquela época, o banco já era
um importante agente financeiro
para a cooperativa”, afirmou.
Com o repasse, a Copacol
irá construir uma fábrica de ra-
ções em Nova Aurora e moderni-
zar o tratamento de efluentes do
abatedouro de aves. O dinheiro
também será destinado para o
aumento da capacidade de ar-
mazenamento nas unidades de
Goioerê, Palmitópolis e Univer-
so e para ampliar a capacidade
das câmaras frias de Cafelândia
e Campo Grande (MS), e também
do frigorífico de peixes. A coo-
perativa ainda prevê aumentar a
produção de matrizes em Morei-
ra Sales, construir uma nova uni-
dade de produção de bezerras e
novilhas em Jesuítas e fábricas
de rações para peixes e bovinos
em Cafelândia.
Atualmente, a Copacol já
conta com 11 unidades para re-
cebimento e armazenagem de
grãos na região Oeste do Para-
ná e cinco filiais de vendas para
a comercialização de produtos à
base de frango e peixe em todo
o País. “Nós acreditamos que o
negócio tem uma perspectiva
boa em médio ou longo prazo, e
esse investimento que fazemos
agora vai viabilizar um aumento
da nossa produção nos anos que
estão por vir”, analisa o diretor
da Copacol.
Segundo Morais, o mais
importante da ampliação dos se-
tores é que o cooperado consiga
desenvolver e melhorar a situa-
ção do seu negócio. “O principal
é que, lá na propriedade, o nosso
associado consiga ter uma opor-
tunidade maior de diversificação
e de expansão das atividades, que
possa melhorar o nível de renda
e automaticamente a qualidade
de vida”, afirma. A empresa con-
ta com mais de 5 mil associados e
cerca de 8 mil colaboradores.
a Copacol pretende faturaraté 2018
serão investidos em estruturas ainda este ano
R$ 4 bi
R$ 147 mi
Propósito EstratégicoCopacol 4x4
Além do objetivo de
aumentar o faturamento da
cooperativa para R$ 4 bilhões,
o Propósito Estratégico Copa-
col 4x4 também visa aplicar
quatro projetos com ênfase no
desenvolvimento para os as-
sociados, para a comunidade
e para a preservação do meio
ambiente. O primeiro projeto
tem como objetivo aumentar a
renda do associado; o segundo
é para habitação, que pretende
atingir mil colaboradores.
Os demais mostram
que a cooperativa também
tem a intenção de contribuir
para a qualidade de vida dos
moradores das regiões em
que possui unidades por meio
de um projeto de incentivo à
cultura, esporte e educação,
com a participação de 20 mil
crianças e adolescentes. No
quesito meio ambiente e sus-
tentabilidade, a Copacol esta-
beleceu uma meta de reutili-
zação de 2 milhões de litros
de água por dia até 2018.
Mercado externo
No momento em que a eco-
nomia brasileira apresenta sinais
de fragilidade, a atividade avícola
almeja alçar voos maiores e se for-
talecer enquanto um dos pilares do
agronegócio nacional. Para isso, o
setor segue a estratégia de agregar
valor às commodities como forma
de potencializar as vendas exter-
nas. “Frente aos desafios econô-
micos que o Brasil enfrentará nos
próximos anos, o país tem duas
escolhas: ou promove a qualifica-
ção de seus produtos, ou exporta
oportunidades e empregos”, avalia
o presidente da Associação Bra-
sileira de Proteína Animal (ABPA),
Francisco Turra.
A necessidade foi inclusa
no último relatório do segmento
produzido pelo banco holandês Ra-
bobank, uma das principais institui-
ções do agronegócio mundial.
De acordo com os analistas, a avi-
cultura brasileira tem espaço para
expandir suas exportações, desde
que esteja em sintonia com as de-
mandas dos parceiros comerciais.
Um exemplo citado pelo documen-
to é a diferenciação de que a avicul-
tura brasileira pode oferecer se fizer
investimentos maiores em cortes
nobres e produtos pronto-para-o-
-consumo, tendências no mercado
internacional. “Competimos dire-
tamente com nações reconhecida-
mente inovadoras, como é o caso
dos Estados Unidos”, afirma Turra.
Para o presidente do Sin-
dicato das Indústrias de Produtos
Avícolas do Estado do Paraná (Sin-
diavipar), Domingos Martins, valo-
rizar a mercadoria é a principal es-
tratégia para garantir que o Brasil
continue sendo o principal ex-
portador de carne de frango do
mundo. “Agregar valor ao nosso
produto é o próximo passo para o
fortalecimento da indústria avíco-
la. Hoje já produzimos o melhor
frango do mundo. Agora, queremos
que o nosso produto seja também
o mais inovador”, afirma.
Paraná Cooperativo 100 Da mesma forma que as
recomendações citadas pelo Ra-
bobank, as cooperativas do Paraná,
entre as quais estão inclusas al-
gumas das maiores indústrias aví-
colas do estado, também traçam
metas para expandir suas fatias de
mercado. Em 2014, de acordo com
balanço divulgado pela Organiza-
ção das Cooperativas do Paraná
(Ocepar), o cooperativismo para-
naense faturou R$ 51 bi-
Agregar para crescerAgroindústria e cooperativas traçam estratégias para valorizarprodutos e expandir fatias de mercado
Fotos: César Machado
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Mercado externo
lhões, 10,4% a mais que em 2013.
O plano batizado de Paraná Coope-
rativo 100 (PRC 100) pretende do-
brar esse valor.
Para isso, uma série de en-
contros com os associados das 230
cooperativas paranaenses estão
sendo realizados com a finalidade
de discutir as novas linhas de atu-
ação, especialmente estratégias de
agroindustrialização – o que signifi-
ca agregar valor. Com o PRC 100, as
cooperativas pretendem aumentar
o faturamento anual para R$ 100
bilhões nos próximos anos.
“Foram mais de 355 líderes
cooperativistas que participaram
de eventos, demonstrando o quan-
to é importante o debate de novas
linhas de atuação para fortalecer
o cooperativismo. E foi esse com-
prometimento que observamos
dos nossos dirigentes coopera-
tivistas”, ressalta presidente da
Ocepar, João Paulo Koslovski. O
Paraná é uma referência nacional
no sistema cooperativista, empre-
gando 72,5 mil pessoas.
40 | sindiavipar.com.br
ABPA
O mês de junho foi his-
tórico para os exportadores de
carne de frango. Conforme da-
dos da Associação Brasileira de
Proteína Animal (ABPA) foram
embarcadas 395,7 mil tonela-
das, desempenho 30% superior
ao total exportado no mesmo
mês de 2014. Foi o maior vo-
lume do produto já embarcado
pelo país em um só mês – até en-
tão, o maior saldo registrado era
de 381 mil toneladas, realizado
em julho de 2014.
Com esse desempenho,
os embarques geraram receita
cambial de US$ 685 milhões,
o resultado foi 9,3% maior, se-
gundo o mesmo comparativo.
Em reais, o resultado foi ainda
mais surpreendente: chegamos
a R$ 2,1 bilhões – outro recorde
histórico, superando pela pri-
meira vez a barreira de R$ 2 bi-
lhões – 52,3% maior em relação
ao obtido em junho de 2014.
O saldo histórico de junho
reverteu o resultado negativo
que os embarques haviam regis-
trado no acumulado nos cinco
primeiros meses de 2015. Con-
forme os números da ABPA, as
exportações de carne de frango
totalizaram 1,99 milhão de tone-
ladas no primeiro semestre de
2015, desempenho 2% superior
ao registrado no ano passado.
Na receita em reais do se-
mestre, houve elevação de 18%
– totalizando R$ 10,22 bilhões.
No saldo cambial, foi registrado
decréscimo de 9,4%, atingindo
US$ 3,42 bilhões.
Vários de nossos gran-
des importadores foram os
principais responsáveis por
este desempenho, como é o
caso da Arábia Saudita, do Ja-
pão, da China, dos Emirados
Árabes Unidos da Rússia e da
Venezuela. De forma geral,
houve crescimento em pratica-
mente todos os mercados, con-
firmando as previsões da ABPA
e apontando para um segundo
semestre positivo.
Esse é o resultado de um
trabalho que não pode parar e
que temos empenhado cons-
tantemente. Em meados de
junho, estivemos em missão
empresarial com o objetivo de
abrir o mercado de Taiwan para
a carne de frango produzida no
Brasil. Conosco, estiveram re-
presentantes da BRF e da Zan-
chetta Alimentos. É a segunda
investida da ABPA em Taiwan,
em menos de 1 ano.
Todos os indicativos nos
levam a crer em um bom segun-
do semestre para a avicultura.
É o momento estratégico para
investir em melhorias e ganhos
que beneficiem toda a cadeia
produtiva. Em meio à tempesta-
de brasileira, temos uma valiosa
oportunidade de galgar novos
degraus para o nosso setor.
Recorde e otimismo
Francisco TurraEx-ministro da Agricultura e presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA)
Em meio àtempestade brasileira,
temos uma valiosa oportunidade de galgar
novos degraus para o nosso setor
42 | sindiavipar.com.br
LADY GAGA A artista pop não foi
escolhida pelas galinhas em suas preferências musicais
Mito ou verdade
Galinhas ouvemmúsica?Pesquisa da Universidade de Bristol indica que a música influencia o comportamentodas galinhas poedeiras
Rock, pop ou música clássi-
ca? Assim como os humanos, as ga-
linhas poedeiras gostam de ouvir
canções, até mesmo com preferên-
cias musicais! Uma pesquisa da Uni-
versidade de Bristol, na Inglaterra,
analisou a influência da música no
comportamento desses animais. O
estudo registrou que as galinhas
entraram no galpão onde botavam
os ovos com uma frequência 159%
maior quando uma composição
era tocada, em comparação com
os dias sem música. A pesquisa foi
encomendada pela empresa The
Happy Egg co., especializada em
bem-estar avícola.
Para chegar a esse resul-
tado, os pesquisadores colocaram
canções de diferentes estilos em
alguns galpões e deixaram outros
sem som algum. Durante oito se-
manas, analisaram os animais que
ficaram escutando rock, pop e até
mesmo composições clássicas. As
aves puderam aproveitar o som de
artistas como Lady Gaga, Beyoncé,
Queen e Mozart. Entretanto, houve
algumas diferenças entre os gal-
pões.
A maioria das aves optou
pelos locais onde tocavam com-
posições de Beethoven e Bach e
ficaram longe dos sons pop, como
os da banda britânica One Direc-
tion. Os resultados apontam que
6% mais ovos foram botados nos
ninhos com música erudita ante ao
galpão que tocava uma das ban-
das adolescentes mais famosas do
mundo.
Segundo o professor de
ambiência e bem-estar animal da
Universidade de São Paulo (USP),
Iran Oliveira, isso acontece pela di-
ferença de frequência de cada tipo
159%vezes a mais as galinhas
entraram no galpão onde botam ovos quando uma
canção estava sendo tocada
6%mais ovos foram botados nos galpões onde estava tocando música clássica
43sindiavipar.com.br |
ONE DIRECTION O grupo adolescente não despertou o interesse das aves, que optaram por música erudita
Mito ou verdade
de som. “O que acontece nesse
caso é a diferenciação promovida
pela frequência, pois cada música
tem uma cadência, um ritmo, vo-
lume e isso provoca um comporta-
mento diferente”, explica.
Melodias, assim como ou-
tros sons e barulhos, são fatores
que influenciam no bem-estar ani-
mal. Nas galinhas poedeiras, por
exemplo, são vários elementos que
afetam a produção dos ovos, como
a genética, a nutrição, a sanidade
e o conforto oferecido pelo local
onde vivem. Segundo o especia-
lista, muitas vezes a influência de
sons na produtividade dos ovos é
indireta, pois pode ser relaciona-
da ao atraso do ciclo de postura,
à mortalidade e à agressividade
das aves, por exemplo. “A música,
especificamente, atua no sistema
cognitivo dos animais e altera o
seu comportamento em relação a
diferentes níveis de agressividade,
variando do nível da calmaria ao
altamente agressivo ou agitado”,
explica o professor.
Ele ainda ressalta que as ga-
linhas são seres como os humanos,
que sentem estímulos de dor, calor,
frio e apresentam sensações de ale-
gria, tristeza, estresse e angústia.
“Assim, se pensarmos em dois am-
bientes, um com música "metal" e
outra com uma composição "clás-
sica", os animais, da mesma forma
que nós, sentirão as diferenças. Isso
promoverá comportamentos mais
ou menos expressivos”, afirma.
SensibilidadeA pesquisa da Universidade
de Bristol também registrou que
as galinhas são sensíveis ao ruído
e que os barulhos de 80 decibéis
ou mais podem prejudicar os ani-
mais. Assim, o balanço acústico se
tornou uma das preocupações nos
ambientes de produção. “Estuda-
-se a influência do som até na fase
embrionária, medindo-se o nível
do barulho que chega dentro do
ovo e a sua influência nas primeiras
semanas de vida do animal e na sua
mortalidade. Por um lado, tem-se a
tecnologia para a redução de per-
das econômicas e por outro lado
visando o bem-estar do ser vivo”,
analisa Oliveira.
A empresa The Happy Egg
co. lançou um álbum para ajudar
a relaxar e aumentar o bem-estar
das galinhas poedeiras, que pode
ser baixado pela internet através
do link https://soundcloud.com/
happyeggs.
A influência desons na produção
dos ovos é indireta, pois pode ser relacionada a agressividade das avesIran Oliveira, especialista
em bem-estar das aves
44 | sindiavipar.com.br
45sindiavipar.com.br |
46 | sindiavipar.com.br
INFORMAÇÃO Gerentes de RH assistem a palestras informativas durante os encontros
Em um mundo cada vez
mais conectado, compartilhar
informações tornou-se vital para
o fortalecimento de um todo. E
é isso que vem acontecendo na
indústria avícola paranaense.
Recentemente, representantes
de diversas empresas reuniram-
-se para discutir a nova lei dos
motoristas, que alterou a jorna-
da e as condições de trabalho
dos caminhoneiros. O encontro
foi mais uma das ações promo-
vida pelo Grupo Executivo de
Recursos Humanos do Sindicato
das Indústrias de Produtos Aví-
colas do Estado do Paraná (Sin-
diavipar), que se reúne periodi-
camente para debater temas de
relevância para a área de RH e
para as empresas.
O grupo foi formado com
o objetivo de compartilhar infor-
mações da área, como indicado-
res de desempenho e melhores
práticas e procedimentos de RH,
por exemplo. Na época, as reu-
niões eram mensais e havia a
participação de cerca de seis ou
sete empresas das regiões Nor-
te, Noroeste e Oeste do Paraná,
que se reuniam sempre na sede
da Unifrango, em Maringá.
Atualmente, o trabalho
é coordenado por Osni Manteli,
gerente de RH do Grupo GTFoo-
ds. As reuniões são bimestrais e
agora acontecem de forma iti-
nerante (Maringá, Cianorte, Joa-
quim Távora, Cascavel, Curitiba).
Hoje, o grupo conta com a par-
ticipação ativa de 10 empresas
e busca reunir o maior número
possível de corporações partici-
Compartilhando informaçõesGrupo realiza reuniões bimestrais para debater temas referentesaos recursos humanos na indústria
Debates
46 | sindiavipar.com.br
pantes. “Neste momento esta-
mos abrindo também o convite
a outras empresas, e, assim, es-
peramos fortalecer ainda mais o
grupo”, conta Manteli.
Outro objetivo dos encon-
tros é promover o desenvolvi-
mento do grupo de gestores de
RH e estimular a integração entre
as empresas. O compartilhamen-
to desses conhecimentos e prá-
ticas contribui para a criação de
soluções e implantação de novos
planos de ação na área, fortale-
cendo a indústria como um todo.
“Em cada reunião (bimes-
tral) há sempre a apresentação
de uma palestra e, na sequência,
ocorre o debate entre os pales-
trantes e os participantes, com
vistas ao compartilhamento das
ações executadas e à discussão
de estratégias para melhor gerir
os assuntos. Planos de ação são
elaborados por cada empresa e
encaminhados internamente”,
explica Manteli.
Nos primeiros encontros,
além da lei dos motoristas, fo-
ram também discutidos o e-so-
cial e a NR-36. Para as próximas
reuniões, nos meses de agosto
e outubro, os temas já foram
definidos. Serão as cotas para
aprendizes e pessoas com de-
ficiências e as estratégias para
negociação da convenção cole-
tiva das empresas. O grupo ain-
da planeja mais uma reunião em
2015 no mês de dezembro, ain-
da sem temática definida. Mais
informações: sindiavipar.com.br
Debates
Contribui para a criação de soluções
e implantação de novos planos de ação na área,
fortalecendoa indústria
48 | sindiavipar.com.br
Notas e registros
Os geradores de ar
quente TEC G50A foram pro-
jetados para proporcionar o
máximo rendimento e eco-
nomia. Equipado com contro-
lador digital de temperatura
e termostato, o equipamento
opera de forma automática,
basta você selecionar a tem-
peratura desejada, e, assim
que a temperatura escolhida
estabilizar, o gerador é des-
ligado, voltando a ligar-se
automaticamente assim que
detectar baixa na tempera-
tura. Além disso, o uso de
aquecedores a Gás LP pode
significar uma economia de
até 50% em comparação com
aquecedores elétricos. Aces-
se: ecogas.com.br
Aqueça seu aviário com economia
Com aprovação da
grande maioria de visitan-
tes e expositores da primei-
ra edição da Anutec – Inter-
national FoodTec Brazil em
2014, a segunda edição de
uma das principais plata-
formas de negócios para a
indústria e tecnologia da ali-
mentação do país já é garan-
tia de sucesso.
A ser realizada de 02
a 04 de agosto de 2016, em
Curitiba, a Anutec Brazil já
possui 70% de seu espaço
de exposição reservado para
empresas de processamento
de alimentos, embalagens,
segurança alimentar, ingre-
dientes, serviços e soluções.
Com a experiência de mais
de 90 anos da Koelnmesse
organizando importantes fei-
ras em todo o mundo, como
a Anuga e a Anuga FoodTec,
em Colônia, Alemanha, a Ko-
elnmesse traz uma vasta ex-
periência e relacionamento
para a Anutec Brazil.
Empresas de grandes
expressões nacionais e in-
ternacionais já garantiram
seu nome na feira, entre elas
Bettcher, Bremil, Handtmann,
Incomaf, Jarvis, Linco, Middle-
by, Multivac, New Max, Poly-
-clip, Sunnyvale, Ulma, Vemag,
entre outras. Além de empre-
sas com representatividade
no Brasil, áreas internacionais
estão reservadas como a da
Itália e da Dinamarca. Acesse:
anutecbrazil.com.br
Anutec Brazil 2016 : 70% do espaço reservado
49sindiavipar.com.br |
Notas e registros
O Dia Internacional do
Cooperativismo, 4 de julho, foi
celebrado pelas cooperativas
paranaenses com diversas ativi-
dades. Na Copacol, em Cafelân-
dia, houve uma campanha para
arrecadação de alimentos não
perecíveis e materiais de higie-
ne pessoal e limpeza em prol do
Hospital do Câncer de Cascavel.
Já na C. Vale, em Paloti-
na, mais de 100 pessoas partici-
param de um passeio ciclístico,
organizado para promover e di-
fundir o espírito cooperativista.
Houve ainda a entrega da Cam-
panha de Arrecadação de Lixo
Eletrônico, que doou toneladas
de produtos eletrônicos sem
condições de uso para a Asso-
ciação dos Agentes Ambientais
Palotina Preserva e blitz educa-
tiva com distribuição de panfle-
tos sobre os benefícios do sis-
tema cooperativista.
No dia, o secretário-geral
das Organizações das Nações
Unidas (ONU), Ban Ki-moon,
destacou que as cooperativas
têm um papel inestimável para
o alcance das metas do desen-
volvimento sustentável.
Por isso, Ban acredita que
o modelo de cooperativa aju-
da a ultrapassar esse desafio,
porque o sistema tenta man-
ter os princípios da igualdade
e da democracia participativa.
Para o dirigente da ONU, mui-
tas pesquisas mostram como as
cooperativas ajudam a diminuir
as diferenças salariais entre ho-
mens e mulheres e a promover
a igualdade de gênero no am-
biente de trabalho.
Cooperativas celebram o Dia CPASSEIO CICLÍSTICO
Mais de 100 pessoas pedalaram para difundir os benefícios do sistema
cooperativista
PASSEIO CICLÍSTICO Mais de 100 pessoas
pedalaram para difundir os benefícios do sistema
cooperativista
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Estatísticas
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ões,
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Participação do Paraná no volume das exportações do Brasil / kg
Junho35%
Paraná 138.694.267
Brasil 397.468.127
Acumulado35%
Paraná 692.762.387
Brasil 1.997.860.112PAR
AN
ÁPA
RA
NÁ
FRA
NG
O
kg US$Jan 2.693.191 6.277.671Fev 3.299.605 8.917.412Mar 2.405.385 5.896.738Abr 3.007.858 5.824.082Mai 3.282.005 8.001.327Jun 3.317.060 7.784.621
Acumulado 18.005.104 42.701.851
EXPO
RTA
ÇÃ
OEX
PORT
AÇ
ÃO
kg US$Jan 99.421.974 166.081.741Fev 106.905.779 172.849.658Mar 122.577.108 193.322.695Abr 111.008.032 181.174.991Mai 114.155.227 196.144.741Jun 138.694.267 231.961.962
Acumulado 692.762.387 1.141.535.788
Jan 132.438.907 129.710.339Fev 126.088.474 117.911.518Mar 123.765.546 144.003.531Abr 126.303.668 133.053.028Mai 129.795.915 134.700.053Jun 118.694.702 141.389.316Jul 139.284.261
Ago 129.571.893Set 133.117.061Out 142.888.941Nov 132.352.167Dez 135.517.214
Acumulado 1.569.818.749 800.767.785
Jan 677.443 580.598Fev 616.075 462.212Mar 603.691 643.305Abr 599.829 569.656Mai 663.850 873.889Jun 787.689 881.989Jul 1.026.914
Ago 963.308Set 1.031.075Out 1.126.924Nov 957.530Dez 436.397
Acumulado 9.490.725 4.011.649
Fo
nte
: S
ind
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Participação do Paraná no volume das exportações do Brasil / kg
Junho25,71%
Paraná 3.317.060
Brasil 12.905.448
Acumulado26,92%
Paraná 18.005.104
Brasil 66.865.806
Fo
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2014
2014
2015
2015
PER
U
Frango Sabor Caipira
SIP 0003-A | SISBIIvaiporã - frangocaipiraivaipora.com.br
PARANÁReferência em produção, exportação e sanidade avícola
Abatedouro CoroavesMaringá - coroaves.com.brSIF 2137
Avenorte Avícola Cianorte
SIF 4232Cianorte - guibon.com.br
Bela Foods
SIF 2677Jaguapitã - belafoods.com.br
Agroindustrial Parati
SIF 2010Umuarama - agroparati.com.br
Agroindustrial ParatiRondon - agroparati.com.brSIF 3925
Frango DM
SIF 270Arapongas - frangoagosto.com.br
Frangos Pioneiro
SIF 1372Joaquim Távora - frangospioneiro.com.br
Jaguafrangos
SIF 2913Jaguapitã - jaguafrangos.com.br
Granjeiro Alimentos
SIF 4087Rolândia - frangogranjeiro.com.br
Coopavel Coop. Agroind.
SIF 3887Cascavel - coopavel.com.br
BRF
SIF 716Toledo - brf-br.com
SIF 603
Unitá - Cooperativa CentralUbiratã - unitacentral.com.br
SIF 1876
Agroindustrial São JoséSanta Fé
JBS Foods
SIF 2227Jacarezinho - jbs.com.br
Kaefer Agroindustrial (Globoaves)
SIF 1672Cascavel - globoaves.com.br
JBS FoodsRolândia - jbs.com.brSIF 1215
BRF
SIF 424Carambeí - brf-br.com
Noroeste Paranaense Centro Ocidental Paranaense
Centro Oriental Paranaense
Sudoeste Paranaense
Norte Central Paranaense
Norte Pioneiro Paranaense
Oeste Paranaense
exportaçãogeral
exportaçãopara UE
Fábricade ração
Abatedouros Incubatóriosexportação para ChinaAbate Halal
sindiavipar.com.br facebook.com/sindiavipar
SIF 7777Santo Inácio – jbs.com.brJBS Foods
C. Vale Coop. Agroindustrial
SIF 3300Palotina - cvale.com.br
SIF 664
Aurora AlimentosMandaguari - auroraalimentos.com.br
Coop. Agroindustrial Lar
SIF 4444Medianeira - lar.ind.br
Copacol Coop. Agroind. Consolata
SIF 516Cafelândia - copacol.com.br
Coop. Agroindustrial Copagril
SIF 797Mal. Cândido Rondon - copagril.com.br
GTFoods
SIF 1860Paraíso do Norte - gtfoods.com.br
GTFoods
SIF 1880Paranavaí - gtfoods.com.br
GTFoods
SIF 4166Maringá - gtfoods.com.br
Marco AviculturaTamarana
Unifrango
SIF 88Maringá - unifrango.com
Granja Econômica AvícolaCarambeí - granjaeconomica.com.br
JBS Foods
SIF 530Lapa – jbs.com.br
Metropolitana de Curitiba
Globoaves AgroavícolaCascavel - globoaves.com.br
Avícola CarminattiSanto Antônio do Sudoeste avicolacarminatti.com.br
BRF
SIF 1985Dois Vizinhos - brf-br.com
BRF
SIF 2518Francisco Beltrão - brf-br.com
Agrogen
SIF 3170Itapejara do Oeste - agrogen.com.br
Agrogen
SIF 2212Pato Branco - agrogen.com.br
Diplomata Industrial e Comercial
SIF 2539Capanema - diplomata.com
Avícola Pato Branco Pato Branco - avicolapb.com.br
Granja RealPato Branco - granjareal.com.br
Gralha Azul AvícolaFrancisco Beltrão - gaa.com.br
Pluma AgroavícolaDois Vizinhos - plumaagroavicola.com.br
JBS Foods
SIF 2694C. Mourão - jbs.com.br